De olho no Nordeste, iFood compra Central do Delivery

22/01/2014

Felipe Fioravante, CEO do iFood, não descarta novas aquisições para dobrar o número de restaurantes parceiros

Depois de um ano de conversas, o portal iFood acaba de fechar a compra do rival Central do Delivery, com sede em Recife, para impulsionar a expansão de suas operações no Nordeste. Ambos os sites funcionam como praças de alimentação virtuais: o consumidor tem acesso a uma relação de cardápios de restaurantes e lanchonetes nos arredores de sua casa e pode fazer o pedido on-line para a entrega de comida.

O valor da aquisição não foi revelado. Os recursos vieram do aporte de R$ 5,5 milhões que o iFood recebeu em fevereiro do ano passado da Movile, empresa especializada em conteúdo para celulares e smartphones. Segundo Felipe Fioravante, CEO do iFood, o investimento também foi utilizado na expansão geográfica das atividades em 2013, o que permitiu triplicar o número de pedidos mensais para 130 mil. Além da Movile, o iFood tem como sócio o fundo de "venture capital" Warehouse.

A Central do Delivery acrescenta 260 restaurantes e um movimento de 10 mil pedidos por mês ao iFood. O portal conta, hoje, com 1,7 mil restaurantes parceiros. "Avaliamos diversas oportunidades de aquisição e a escolha da Central foi estratégica por sua presença forte no Nordeste", diz Fioravante. O iFood já operava em Salvador, com mais de 100 restaurantes, e de forma mais tímida em Recife e Fortaleza.

Com a transação, o portal fortalece a presença na capital pernambucana e estreia em praças como João Pessoa, Campina Grande (PB) e Manaus. A Central do Delivery pertencia ao empresário Fabio Noblat, do Recife, que fica na operação para liderar as atividades no Nordeste e Norte.

A meta do iFood para 2014 é praticamente dobrar o número de restaurantes parceiros, chegar a 50 cidades (hoje são 13) e gerar R$ 160 milhões em pedidos. No ano passado, o portal intermediou a compra de R$ 70 milhões em refeições.

Para atingir esses objetivos, Fioravante aposta na expansão orgânica do negócio, com o aumento da equipe comercial - toda a operação deve chegar a 80 funcionários, ante os 50 atuais - e não descarta comprar outras empresas. "Estamos olhando oportunidades", afirma.

As aquisições têm movimentado o mercado de pedidos de comida pela internet. Em setembro o portal HelloFood, controlado pelo fundo alemão Rocket Internet, comprou o Peixe Urbano Delivery. Pouco antes, havia adquirido os sites Janamesa, de São Paulo, e Megamenu, do Rio. Outro concorrente de peso no país, o RestauranteWeb, foi comprado em 2011 pelo grupo inglês Just-Eat.

O segmento se beneficia da expansão acelerada do uso de smartphones no país, do maior acesso à internet rápida (e o consequente uso de mais serviços on-line), e da busca do consumidor por praticidade e conforto.

Também há uma migração para a internet das chamadas antes feitas pelo telefone. Nesse ponto, o potencial de expansão é grande. Hoje no mercado, segundo Fioravante, só 3% a 4% dos pedidos de entrega de comida são feitos pela web. "Daqui a cinco anos acreditamos que esse percentual estará em 20% a 25%". Os smartphones têm papel preponderante nesse avanço: só no iFood, 60% dos pedidos são feitos por aplicativos desenvolvidos para esses celulares. Em 2013, essa fatia era de 17%.

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